Modalidades da Língua em
“CENTRAL DO BRASIL”
O Filme Central do Brasil, de Walter Salles, constrói a apresentação do perfil cultural de um povo empobrecido de maneira clara, lúcida e cada vez menos inalterável.
O problema na comunicação Oral e Escrita é o principal destaque no filme. A figura do analfabeto sintetiza como nenhuma outra a ideia do indivíduo privado não só dos bens materiais, mas também do conhecimento e da carência na comunicação.
Vimos no filme, que na estação de trem, pessoas se acercam de Dora, a escrevedora de cartas, e diante dela expressam seus sentimentos mais profundos. As pessoas fazem de Dora a mediadora entre o mundo da oralidade e o mundo da escrita. Muito da trama do filme está permeada por esta dualidade. O mundo letrado encontra ainda marcas do mundo da oralidade, marcas que alicerçam a transmissão cultural de comunidades que não tiveram acesso ao código escrito, e desfrutam de uma oralidade precária que os cercam.
Outra característica importante no filme é quando Isaías, o irmão que Josué, acabara de o conhecer, manda-lhe repetir o trava-lingua, essa modalidade de parlenda em prosa ou em verso, bem característica das culturas de oralidade, ordenada de tal forma que se torna extremamente difícil e as vezes, quase impossível, pronunciá-la sem tropeço.
Outro acontecimento importante do filme é quando os irmãos de Josué pedem para que Dora leia uma carta deixada pelo pai há muitos anos, pois eles não conseguiam ler por não dominarem a modalidade escrita. Neste momento, notamos o poder de manipulação de Dora, pois diante da situação e por ser a única que detem a modalidade escrita, notamos que através da oralidade distorce a parte escrita para poder dar um desfecho que agrade a todos.
Josué e seus irmãos representam a maioria da população Brasileira que não tem acesso a um ensino de boa qualidade, pois milhões de brasileiros ainda vivem afundados no Analfabetismo e distanciados dos bens de consumo da sociedade capitalista.
Olá Equipe,
ResponderExcluirJá assistir o filme e após essa ótima analise que a Equipe fez, irei assistir novamente e observar com mais atenção essa situação crítica que encontra-se a Educação Brasileira.
Parabéns a Equipe e a Faculdade por essa iniciativa inovadora e muito interessante.
Edson Claiton
São Paulo - SP
Meus caros,
ResponderExcluirAcredito que a questão da oralidade, muita das vezes é relegada ao abandono como se a escrita fosse o ator principal dessa peça chamada conhescimento. Nas minhas andanças pelo estado da Bahia, noto que a oralidade mita das vezes, conta muito mais a história de um povo do que a escrita. Sempre tive na oralidade umelemento de fundamental importancia para a preservação da história. Gostei muito do texto. Estão de parabéns.
ROBSON DY CORREA
teatrologo e cineasta
Salvador-Bahia-Brasil