segunda-feira, 27 de abril de 2009


Modalidades da Língua em

“CENTRAL DO BRASIL”

O Filme Central do Brasil, de Walter Salles, constrói a apresentação do perfil cultural de um povo empobrecido de maneira clara, lúcida e cada vez menos inalterável.

O problema na comunicação Oral e Escrita é o principal destaque no filme. A figura do analfabeto sintetiza como nenhuma outra a ideia do indivíduo privado não só dos bens materiais, mas também do conhecimento e da carência na comunicação.

Vimos no filme, que na estação de trem, pessoas se acercam de Dora, a escrevedora de cartas, e diante dela expressam seus sentimentos mais profundos. As pessoas fazem de Dora a mediadora entre o mundo da oralidade e o mundo da escrita. Muito da trama do filme está permeada por esta dualidade. O mundo letrado encontra ainda marcas do mundo da oralidade, marcas que alicerçam a transmissão cultural de comunidades que não tiveram acesso ao código escrito, e desfrutam de uma oralidade precária que os cercam.

Outra característica importante no filme é quando Isaías, o irmão que Josué, acabara de o conhecer, manda-lhe repetir o trava-lingua, essa modalidade de parlenda em prosa ou em verso, bem característica das culturas de oralidade, ordenada de tal forma que se torna extremamente difícil e as vezes, quase impossível, pronunciá-la sem tropeço.

Outro acontecimento importante do filme é quando os irmãos de Josué pedem para que Dora leia uma carta deixada pelo pai há muitos anos, pois eles não conseguiam ler por não dominarem a modalidade escrita. Neste momento, notamos o poder de manipulação de Dora, pois diante da situação e por ser a única que detem a modalidade escrita, notamos que através da oralidade distorce a parte escrita para poder dar um desfecho que agrade a todos.

Josué e seus irmãos representam a maioria da população Brasileira que não tem acesso a um ensino de boa qualidade, pois milhões de brasileiros ainda vivem afundados no Analfabetismo e distanciados dos bens de consumo da sociedade capitalista.

2 comentários:

  1. Edson Claiton27/4/09 23:54

    Olá Equipe,

    Já assistir o filme e após essa ótima analise que a Equipe fez, irei assistir novamente e observar com mais atenção essa situação crítica que encontra-se a Educação Brasileira.
    Parabéns a Equipe e a Faculdade por essa iniciativa inovadora e muito interessante.
    Edson Claiton
    São Paulo - SP

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  2. Meus caros,
    Acredito que a questão da oralidade, muita das vezes é relegada ao abandono como se a escrita fosse o ator principal dessa peça chamada conhescimento. Nas minhas andanças pelo estado da Bahia, noto que a oralidade mita das vezes, conta muito mais a história de um povo do que a escrita. Sempre tive na oralidade umelemento de fundamental importancia para a preservação da história. Gostei muito do texto. Estão de parabéns.

    ROBSON DY CORREA
    teatrologo e cineasta
    Salvador-Bahia-Brasil

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