Em seguida apareceu logo outra dificuldade, ao escutar o hino do seu país (Krakozhia) tocando na televisão, que transmitia uma mensagem relativa à sua pátria, o mesmo ficou frustrado, pois percebeu que a notícia era em outro idioma. Na cena a seguir, você pode identificar que na ansiedade de saber o que estava ocorrendo em seu país, ele fica vendo as notícias que passam nos telejornais, mas devido a dificuldade que tem com o idioma, não consegue entender nem o áudio e nem as legendas que passam no rodapé da imagem na televisão. Então ele teve uma brilhante idéia de comprar dois guias turísticos, um com o seu código e um do país onde ele está, e assim poder comparar ambos os códigos e saber o que estava acontecendo no seu país.
Apesar de toda dificuldade encontrada no início em compreender as palavras, ele passou a utilizar a comunicação visual, através das sinalizações. Veremos agora uma cena em que o personagem tinha bastante habilidade ao desenvolver a sua linguagem não verbal, pois exemplos no filme não faltavam. Os gestos, as cores, o desenho, a mímica, os sinais luminosos e sonoros, etc.
Nesta cena você verá outra situação interessante, foi a inversão no entendimento da comunicação, quando um homem inconformado por não poder levar o remédio do seu pai e ainda não conseguia ser entendido pelo pessoal do terminal. Foi então que Victor o único que sabia o código daquele homem, fez a comunicação e resolveu o problema para ambas as partes.
Ao conseguir identificar melhor o código daquele país, ainda assim ele não entendia alguns significados de algumas palavras, como Égua Brava, esgana (engana), homem do miséria (homem miserável), etc.
O filme mostra claramente a dificuldade que as pessoas de outros países encontram para se comunicar em um país que não domina o idioma (o código). O filme é considerado como o retrato de uma situação baseada em fatos reais, é rico em detalhes como, por exemplo, a necessidade da utilização da comunicação oral, pois durante o filme Victor tenta fazer o máximo para sobreviver e consegue interagir de tanta forma que em meios a todos os problemas, ele ainda se tornou herói. O Terminal relata as dificuldades da realidade turística em diversos países que geralmente não apresentam recursos que facilitem a comunicação dos turistas que não dominam o seu código gerando assim situações de constrangimentos.
A linguagem é a expressão da alma. De maneira que se você quiser conhecer uma pessoa; preste atenção na linguagem dela. E como a alma humana está cada vez mais existencialmente adoecida, a linguagem vem – em declive – acompanhando tal adoecimento. Apesar de todo o arsenal de informações, cursos e treinamentos especializados mostrando como abordar, se expressar e usar a linguagem de forma eficiente e positiva para obtenção de resultados profissionais ou pessoais, na prática percebemos que, em linhas gerais, ainda estamos longe de um modelo de linguagem adequada, seja no mercado de trabalho, em nossos relacionamentos interpessoais, como no convívio social e familiar. Os problemas de comunicação são constantes, podendo atingir níveis trágicos em alguns casos. Um exemplo interessante e que nos leva a reflexão foi muito bem apresentado no filme “O Terminal”. Gostei da escolha do filme para trazer este importante assunto à discussão.
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